Indefinição em família
Por
diversas vezes assisti o ex-deputado Sérgio Guerra, em seu apartamento
no Recife e em Brasília, afirmar, categoricamente, que não queria nenhum
dos seus filhos envolvidos em política. Vitimado por um câncer na
quinta-feira, 6, Guerra deixou três herdeiros: Helena, Elisa e
Francisco.
De
todos, a única que sinalizou em alguns momentos o desejo de ingressar
na política foi Helena, a mais velha, que já cogitou em disputar um
mandato eletivo, mas acabou tirando a ideia da cabeça por admoestação do
próprio pai.
Helena trocou Pernambuco por São Paulo
há mais de quatro anos e lá se firmou profissionalmente, atuando como
consultora do grupo empresarial do pernambucano Roberto Viana. Com a morte de Guerra, Helena passou a ter seu nome cogitado, novamente, para suceder o pai na política.
Foi
ela, como filha mais velha, que cumpriu o papel da família de
acompanhar o pai durante a sua enfermidade no hospital Sírio Libanês, em
São Paulo. Helena gosta de política, mas Guerra nunca a incentivou a
entrar numa disputa por um mandato eletivo.
Dizia que não gostaria de ver um filho sofrer as incompreensões e os percalços da vida pública
como ele ao longo de mais de 40 anos. Por isso mesmo, uma candidatura
de Helena Guerra à deputada federal não seria algo que o entusiasmasse.
Já
existe, entretanto, um movimento dentro do PSDB para apresentar Helena
como sucessora de Guerra. Tudo ainda é muito precoce, tendo em vista o
baque que a família sofreu com o desaparecimento repentino do grande líder tucano.
Mas
se esse for o caminho decidido pela família, Helena pode não ter o
conjunto de prefeitos e lideranças municipais que estava engajado na
reeleição do pai, que contabilizava uma votação acima de 150 mil votos.
Do
grupo histórico de Guerra já estariam com planos próprios o deputado
estadual Betinho Gomes, que sairia federal; o prefeito de Santa Cruz
do Capibaribe, Edson Vieira, que estaria cogitando a possibilidade de
lançar a esposa federal; e o prefeito de Camaragibe, Jorge Alexandre,
que anda negociando seu apoio a outro federal.
SAI FEDERAL–
Aliado incondicional do ex-deputado Sérgio Guerra, o deputado estadual
Claudiano Filho (PSDB) disse que é um dos maiores entusiastas da
candidatura de Helena Guerra a federal. Mas no caso dela não entrar na
disputa tende a tentar um mandato federal. “Fui e serei sempre fiel
escudeiro de Sérgio Guerra, mas se a filha não o suceder fico livre para discutir em família a minha candidatura ao parlamento nacional”, afirmou.
Prefeito expulso–
O prefeito de Abreu e Lima, Pastor Marcos José, pode ser expulso do PT
pela adesão à candidatura do socialista Paulo Câmara ao Governo do
Estado. “O gesto se configura infidelidade partidária”, antecipa a
presidente estadual do PT, Teresa Leitão. Segundo ela, a expulsão do
prefeito deve entrar na pauta da reunião do diretório hoje.
Geraldo perde pupilos–
A coordenação geral da campanha de Paulo Câmara (PSB) ao Governo
estadual deve ser entregue ao secretário da Casa Civil da Prefeitura do
Recife, Sileno Guedes. O prefeito Geraldo Júlio deve sofrer outra baixa
da equipe: o jornalista Carlos Percol, cotado para coordenar a área de
Comunicação da campanha.
No poder-
O candidato do PSB a governador, Paulo Câmara, só deixa a pasta da
Fazenda no próximo dia 4, data que o governador Eduardo Campos também se
afasta para disputar a Presidência da República. Sendo assim, Câmara
participa do anúncio do 2º Fundo Estadual de socorro aos municípios, no
próximo dia 17, na sede da Amupe, como secretário e candidato.
Transição sem traumas-
O vice-governador João Lyra está conduzindo o processo da transição a
todo vapor, sem o menor ressentimento. Na semana passada, teve uma longa
conversa com o governador Eduardo Campos e fará um mandato tampão sem
atropelos, mantendo a mesma lealdade canina que tem hoje ao chefe.
CURTAS
ENGAJAMENTO–
O prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca (PSB), esteve em Palmares e
Nazaré da Mata, sábado passado, acompanhando a chamada “Caravana 40” e
ficou impressionado com a receptividade à chapa da Frente Popular.
“Praticamente todas as correntes políticas foram ao encontro dos nossos
candidatos numa entusiasmo nunca visto”, diz.
PT COM ARMANDO–O
senador Armando Monteiro Neto, candidato a governador pelo bloco da
oposição, fez questão de chegar ao velório de Sérgio Guerra, sexta-feira
passada, na companhia das duas principais lideranças do PT: o senador
Humberto Costa e o deputado João Paulo. O anúncio formal do apoio do PT
sai na semana que vem.
Perguntar não ofende: A novela do PMDB com Dilma acaba hoje?
'Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR a resposta da língua'. (Provérbios 16-1)
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