VIAGEM AO PASSADO: Conheça a história de Colorado, um grande nome do futebol em ST
Esta semana compartilharemos com os amigos e amigas do
Farol de Notícias
a história de um jogador que se destacou nos anos 70 vestindo a camisa
do imortal time do Comercial. O personagem do dia é o ex-volante
Colorado.
Foto: Colorado com 12 anos no Ferroviário de São Caetano – PE
Pedro Magno da Silva, Colorado, iniciou a carreira como jogador de
futebol aos 12 anos no Ferroviário de São Caetano – PE. Em 1964 foi
jogar no América de Sertânia – PE, onde sagrou campeão regional quatros
anos depois. Jogou ainda em clubes de Pesqueira e Arcoverde. Em 1969 foi
contratado pelo Central de Caruaru e alguns meses depois foi jogar no
Remo – PA, Sporting – PA e no Anapolina – GO , após meses sem receber
salário na equipe goiana voltou para Pernambuco. Jogou ainda pelo o
Atlético de Salgueiro – PE, o Grêmio de Belém de São Francisco – PE, o
Guarani de Afagados da Ingazeira – PE e nos times alagoanos do CSA e do
Capelense.
Colorado jogado pelo Central e um partida contra o Náutico
Em 1973, já de volta a Sertânia, foi convidado pelo time do AGA de
Monteiro – PB, para disputar um jogo amistoso contra o Comercial em
Serra Talhada. No dia 12 de março de 1973, Colorado desembarcou em Serra
Talhada para mais um jogo entre tantos que disputou ao longo da
careira, no entanto, mal sabia o craque que afinal daquela partida sua
vida iria mudar para sempre.
Colorado e cercado pelos mascotes do Comercial – 30.09.1973
Impressionados com o talento do volante, os dirigentes do Comercial –
Egídio Carvalho e Manezim Carvalho – resolveram contratar o atleta. A
chegada de Colorado ao Clube, assim como as de Vicente, Azeitona,
Purití, Messias, Zé Roberto, deu início a uma nova fase no futebol
local, que pouco tempo depois veio a culminar com a profissionalização
do clube. No entanto, a grande conquista de Colorado em terras
pajeuzeiras foi ter encantado e conquistado o coração de um jovem com a
qual veio a construiu uma bela família. Ele casou-se com a Professora
Anunciada em 1974. O casal têm duas filhas, Andrea e Ana Paula, e um
filho caçula, Pedro Júnior.
Ao falar de seus tempos jogador, Colorado não esconde a emoção ao
relembrar os momentos marcantes vividos nos gramados, em especial os
ocorridos durante a sua passagem pelo Comercial, um time que para ele
sabia jogar bola e por isso não precisava “bater” nos adversário. Entre
os grandes momentos ele destaca a sequência de vitórias sobre o
Salgueiro, na época a rivalidade entre os dois clubes tornou-se uma das
maiores do interior do estado. Outro momento destacado pelo ex-jogador
foram às partidas contra o Madureira – RJ (0×0) e o Bom Sucesso – RJ
(1×1). Após os jogos o técnico do Bom Sucesso, o bicampeão mundial pela
seleção brasileira Vavá, disse a Colorado que só não o levava para jogar
no Rio de Janeiro por que ela já tinha mais de 25 anos. O técnico ainda
declarou a uma revista carioca que entre os times que havia enfrentado
ao longo da excursão pelo interior do Brasil que o melhor time que a
havia enfrentado tinha sido o Comercial.
Time do Comercial liderado por Colorado – 23.06.1973
Um das lembranças mais tristes que Colorados têm são do jogo entre o
Comercial e Juazeiro da Bahia, time em que Nunes (ex-Santa Cruz e
ex-Flamengo) jogava. A partida realizado em 1974 aconteceu debaixo de um
temporal, alguns jogadores chegaram a pedir ao juiz para suspender a
partida, porém, os apelos não foram ouvidos e em um lance casual o
jogador do Comercial Messias, acabou quebrando a perna em uma divida
com um atleta adversário – fratura parecida com a sofrida pelo lutador
Anderson Silva -. Os gritos de dor de Messias eram ouvidos em todo o
estádio. Apesar do atendimento médico, o desesperado tomou conta dos
outros jogadores frente à situação trágica vivida pelo colega de
profissional.
E em um gesto de solidariedade, Colorado pulou alambrado para ir
pegar uma telha para acomodar a perna de Messias e assim diminuir um
pouco o seu sofrimento. Alguns anos depois, já recuperado da fratura,
Messias abandonu o futebol por não ter mais as condições físicas para
praticá-lo. Messias faleceu em trágico acidente no dia 02 de janeiro de
2014, na PE 320, entre as cidade de Flores e Carnaíba, quando viajava
com a família para Tabira, sua terra natal.
Entre os grandes nomes que fizeram a história do Comercial, Colorado
destaca os de Egídio, Lia Lucas, Dona Hilda, a enfermeira do time, D.
Antônia, proprietária do restaurante Planalto Hotel onde jogadores
almoçavam, e do deputado Inocêncio Oliveira, que na época atou como
médico do Comercial, e que para Colorado e o maior cidadão de Serra
Talhada. Quando perguntado sobre qual foi o maior jogador da região que
viu jogar Colorado é taxativo: “Demir foi o melhor! O que Ronaldinho
Gaúcho faz com a bola, Demir fazia igualzinho. Ele era um craque!”
Colorado jogando pelo time do Banco do Brasil
Após quase 20 anos de carreira como jogador, Colorado pendurou a
chuteira e foi ser treinador do Vasco (Vasquinho) e da seleção de Serra
Talhada, quando lançou alguns nomes de destaque do nosso futebol como
Robério, Washington e Sinhá. Colorado ainda trabalhou como recenseador,
vigia de banco e por ultimo foi caçambeiro, profissão que exerceu por
cause 30 anos. Colorado vive hoje no bairro Bom Jesus ao lado da família
e cercados de inúmeros amigos conquistou em Serra Talhada, uma cidade
que o acolheu como filho, um sentimento reciproco que o faz se sentir
como um serratalhadense legítimo!
Um forte abraço a todas e a todas e até a próxima!