25/06
2015
Coluna da quinta-feira
Postado por Magno Martins às 06:00
A cartada de Armando
Depois de estudos que demandaram muito tempo em meio a um cenário
desanimador, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Armando Monteiro
Neto, apresentou, ontem, ao lado da presidente Dilma, o Plano Nacional
de Exportações, voltado para estimular as vendas externas de produtos
brasileiros.
O objetivo do plano é incentivar, facilitar e aumentar as exportações
brasileiras. De acordo com Armando, enquanto o Brasil possui a sétima
maior economia do mundo, ocupa, paradoxalmente, a 25ª posição no ranking
de países exportadores. Maior aposta do ministro pernambucano, o plano
começa a ter impacto nas vendas externas já no segundo semestre deste
ano, segundo ele.
“Mas os resultados se farão sentir de maneira mais efetiva no próximo
ano”, disse ele, para acrescentar: “Resta a evidente oportunidade de se
lançar uma iniciativa consubstanciada em um plano nacional. O mercado
internacional nos oferece mais oportunidades do que riscos e temos
espaço para ocupar”.
Para Armando, existe um PIB equivalente a 32 Brasis além das nossas
fronteiras, enquanto 97% dos consumidores do planeta estão lá fora.
Segundo ele, o comércio internacional está distribuído em todas as
regiões do globo. “Há oportunidades para produtos e serviços brasileiros
em cada uma das regiões. O Brasil deve se integrar, especialmente às
regiões com maior dinamismo”, afirmou.
Junto com o plano, o Governo anunciou o que o seguro de crédito para
exportação será simplificado e que haverá redução de prazo para
caracterização do sinistro. De acordo com Armando, serão ampliados os
setores do seguro-performance. No caso do Fundo de Garantia às
Exportações (FGE), o plano prevê a ampliação, em US$ 15 bilhões, o
limite para aprovação de novas operações.
O ministro disse ainda que o Governo quer reformar o PIS e a
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com um
novo formato já em 2016, de modo a introduzir um "crédito financeiro".
Segundo ele, isso vai tornar o processo de crédito "muito mais fácil",
de forma que as empresas possam compensar esses valores de "forma mais
automática" nos processos, sobretudo aquelas que têm "parcela
expressiva" do faturamento voltado para a exportação.
Após a cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que o País
precisa exportar mais para os Estados Unidos, país classificado por ele
de “grande mercado e grande parceiro econômico”, além de “ajudar” a
América Latina e buscar mercados na África e na Ásia.
“Vocês viram que nós estamos na 25ª posição no comércio
internacional? Isso, realmente, para nós, é um problema muito grande,
uma vez que a gente está disputando mercado com países da União
Europeia, da Ásia e os EUA. Nós precisamos ganhar muitos patamares”,
declarou.
REPRIMIDO– Já o presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
acha as ações contidas no plano são importantes em razão de o mercado
interno brasileiro estar, em sua avaliação, reprimido. “Eu acho que o
mais importante para alguma coisa que acabou de sair e que precisa ser
analisada com detalhes é o foco dado às exportações e isso é correto, em
razão do momento em que o mercado interno está reprimido”, afirmou.
Na podridão–
De
malas prontas para deixar a Prefeitura de São Lourenço e reforçar a
coordenação política do Governo Paulo Câmara, Ettore Labanca mostrou,
ontem, que chega com a língua afiada. Sobre as declarações de Lula de
contestação ao Governo Dilma e ao PT, Labanca constata: “O PT e Dilma
não estão no volume morto, como sugere Lula, mas no Pré-sal da
podridão”.
Parcerias federais– O ministro das Cidades, Gilberto
Kassab, ligou para o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife,
Geraldo Júlio, confirmando sua presença amanhã no Estado, para amarrar
parcerias. Ele estava sendo aguardado ontem no Recife e em Caruaru, onde
conheceria o “maior São João do mundo”, mas Dilma pediu para ele ficar
em Brasília para prestigiar o lançamento do plano nacional de
exportações.
Dilma confiante– Da presidente Dilma falando com
entusiasmo sobre o plano de Armando: "Vamos fazer do comércio exterior
elemento central da agenda de competitividade e de crescimento da
economia. Vamos em busca desses mercados, vamos levar o Brasil para o
mundo. Existe, hoje, o equivalente a 32 brasis fora do nosso País, que
podemos acessar por meio de nossas exportações".
Aposta na virada–
Vice-líder
do Governo na Câmara dos Deputados, o pernambucano Silvio Costa (PSC)
revela que não há abatimento profundo na base governista por causa da
pesquisa em que 65% reprovam Dilma e o seu Governo. “Tenho plena
convicção que novos tempos virão e que começam desde já com a aprovação
do ajuste fiscal”, afirmou, adiantando que a sociedade está convencida
que a oposição sangra o Governo, mas não tem um plano para o País.
CURTAS
TRAIÇÃO– Já o líder do DEM na Câmara, Mendonça
Filho, acha que a pesquisa Datafolha mostra claramente que não há mais
salvação para o Governo Dilma. “A sociedade foi traída, aliás,
apunhalada com o aumento dos preços, dos combustíveis, da energia, dos
juros, enfim, de tudo que reduz seu poder de compra.
DANDO DURO- Os governadores do Nordeste voltam a se
reunir dia 17 em São Luis. Entre os temas da pauta, a seca. Eles já
perderam a esperança de que o Governo lance um programa para minimizar
os efeitos da estiagem, tanto que recorrem a o último centavo em caixa
para colocar em prática suas próprias medidas emergenciais, como fez,
recentemente, Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba.
Perguntar não ofende: O que Dilma fez com Lula para deixá-lo com os nervos à flor da pele?