Coluna da quarta-feira
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Os números mais preocupantes para o Governo na pesquisa CNT-MDA que saiu, ontem, apontando Dilma com estratosféricos 70% de rejeição, são outros que não receberam tanto destaque. Para 62,8% dos entrevistados, o Congresso deveria abrir imediatamente o processo de impeachment da presidenta.
Para os que são favoráveis ao impeachment, 26,8% citaram as irregularidades nas prestações de contas do Governo (pedaladas fiscais); 25,0%, a corrupção na Petrobras; 14,2%, irregularidades nas contas da campanha em 2014 e 44,6% consideram os três motivos como justificativa para o impeachment.
Para 78,3% dos entrevistados, a presidente sabia das maracutaia na Petrobras. Desse grupo, 69,2% consideram que Dilma é culpada pela corrupção que está sendo investigada e 65,0% acham que o ex-presidente Lula também é culpado.
Ainda em relação aos que acompanham ou já ouviram falar do escândalo, 40,4% consideram que o maior culpado na operação Lava Jato é o governo, seguido de partidos políticos (34,4%), diretores ou funcionários da empresa (14,2%), construtoras (3,5%). A pesquisa aponta ainda que 67,1% não acreditam que os envolvidos em corrupção serão punidos.
Outro dado curioso: 86,8% consideram que as denúncias são prejudiciais para a economia do País e 52,5% acreditam que o Governo não será capaz de combater a corrupção na Petrobras. Para 90,2% dos entrevistados, não está ocorrendo exagero em relação às prisões e 37,3% disseram saber o que é delação premiada.
Para 53,4%, a corrupção é um dos principais problemas do País, enquanto 37,1%, avaliam como o principal problema. Enfim, nunca o Governo petista recebeu uma pesquisa com resultados tão negativos em todas as variáveis pesquisadas. A avaliação da atuação do Governo Dilma e o índice de aprovação pessoal atingem os piores níveis da série histórica das pesquisas de opinião da CNT, desde julho de 1998.
Na avaliação da CNT, a conclusão final da pesquisa mostra uma elevação do pessimismo do brasileiro em consequência da alta do custo de vida, do aumento da inflação, do crescimento do desemprego e da forte percepção sobre a corrupção e a incapacidade do governo em resolvê-la.
VIOLÊNCIA– Embora a maioria seja a favor da redução da maioridade penal, a pesquisa CNT-MDB aponta que o melhor caminho para redução da violência passa pela educação. Veja o que pensa o brasileiro sobre as medidas mais adequadas para reduzir violência: investimento em educação de crianças e adolescentes (68,3%), policiamento nas cidades (36,8%), redução da maioridade penal de 18 para 16 anos (34,9%), mais investigação dos crimes e prisão dos culpados (26,4%) e construção de presídios (10,6%).
Isolado e enfraquecido–
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João está empolgado– Tão logo soube da nomeação do ex-prefeito João Paulo para a Sudene, o governador Paulo Câmara ligou para parabenizá-lo. O petista acertou uma conversa mais demorada após a sua posse, que deve ocorrer na próxima semana. Embora a Sudene seja hoje um tremendo elefante branco, João acha que vai conseguir atrair a força dos governadores para levar o órgão a voltar a ter respeitabilidade, algo, na verdade, quase que impossível.
Calote sem fim– Todos os fornecedores do presídio de Itaquitinga, na Zona da Mata, continuam levando cano do Governo e da empresa responsável pela PPP, Parceria Público Privada. “Continuamos sem a menor perspectiva de receber nossos créditos. E o pior, sem poder retirar nossos equipamentos de dentro da obra. Será que o Estado está esperando acontecer uma nova matança nos presídios do Curado, para voltar a falar de Itaquitinga?” O desabafo é de Antônio Carlos Condado, representante dos fornecedores endividados.
Remuneração de advogados–
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CURTAS
RUA EM JABOATÃO– Sobre à nota referente à Rua Fernando de Noronha, a Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes informa que não está no cronograma dos serviços de pavimentação a serem realizados em 2015. “Todavia, a mesma será incluída no cronograma de serviços de manutenção para que se melhore a mobilidade e trafegabilidade dos moradores da área”, diz uma nota enviada pela assessoria.
ABANDONO– A leitora Arleide Pontes constatou, em visita a Afogados da Ingazeira, descaso da estação ferroviária, onde, segundo ela, o poder público poderia usar a estrutura revitalizar o património em benefício da população, como posto de saúde, biblioteca e espaço cultural. Relata que visitou também a barragem de Brotas e ficou chocada com o desmatamento da caatinga, tendo algumas árvores de pinhas sido desmatadas pela população.
Perguntar não ofende: Para que, sinceramente, serve hoje a Sudene?
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