Banco Central decreta liquidação extrajudicial do Banco Rural
O Banco Central
declarou nesta sexta-feira a liquidação extrajudicial do Banco Rural,
envolvido no chamado escândalo do “mensalão”, na segunda intervenção da
autoridade monetária em instituições financeiras do país em menos de
dois meses.
Em comunicado, o BC explicou que a
medida deveu-se ao “comprometimento da sua situação econômico-financeira
e da falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco”.
O regulador também disse ter detectado graves violações às normas
legais e sucessivos prejuízos que sujeitam os credores a risco anormal.
A decisão atinge as demais empresas do
conglomerado: o Banco Rural de Investimentos; o Banco Rural Mais; o
Banco Simples e a Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
Em nota, os controladores da instituição
se disseram “surpreendidos” com a decisão do BC. “O Banco Rural tem
mais de 50 anos de existência e nesse período jamais causou prejuízo a
quem quer que seja”, afirmaram.
Eles mencionaram, ainda, que o banco
passava, com o conhecimento do BC, por uma transição para reforçar seu
capital e adequá-lo aos seus planos de crescimento, adicionando que
“estudarão as medidas cabíveis frente a esse novo contexto”.
O Banco Rural foi denunciado pela
Procuradoria-Geral da República, em 2006, como “núcleo financeiro” do
chamado “mensalão”, esquema de desvio de recursos públicos para compra
de apoio parlamentar durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Três executivos do banco foram condenados, no ano
passado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por gestão fraudulenta e
lavagem de dinheiro.
“O Banco Central está tomando todas as
medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas
competências legais de supervisão do sistema financeiro”, afirmou o BC.
“O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas
de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes”.
A autoridade monetária afirmou ainda que os bens dos controladores e de ex-administradores da instituição ficam indisponíveis.
Fonte: Reuters

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