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sábado, 27 de julho de 2013

Apesar da recepção calorosa, papa enfrenta desafios na América Latina

Apesar da recepção calorosa, papa enfrenta desafios na América Latina

DESTAQUES EM BRASIL

Por Anthony Boadle e Philip Pullella
RIO DE JANEIRO, 26 Jul (Reuters) - O papa Francisco teve uma recepção de astro no Brasil na primeira viagem de volta ao continente natal desde que assumiu o pontificado, mas a grande pergunta é se a visita poderá interromper a sangria da Igreja Católica na América Latina.
O primeiro papa latino-americano está claramente apreciando o entusiasmo popular, num momento em que a Igreja tenta reter fiéis numa região que já foi seu reduto inquestionável.
Nesta sexta-feira, ele assumiu as funções de um simples padre e escutou confissões de jovens que participam da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Depois, mostrou novamente seu toque pessoal ao almoçar com jovens e se reunir com menores infratores.
Até 1 milhão de pessoas foram à praia de Copacabana na quinta-feira para vê-lo, e um número ainda maior é esperado nos eventos de sexta à noite, sábado e domingo, também na orla.
Mas a grande presença do público não esconde o fato de que muitos católicos, e não só na América Latina, estão abandonando a Igreja por causa do avanço do secularismo e de outras religiões, e por repulsa aos escândalos sexuais e financeiros que corroeram a reputação do Vaticano nos últimos anos.
Francisco, primeiro papa não-europeu em 1.300 anos, tornou-se imediatamente popular depois da sua eleição, em março, devido a seu carisma, da sua humildade e do seu dom de comunicador. Mas isso será suficiente para reverter a situação da Igreja?
"O volume de influência que qualquer papa tem sobre as tendências históricas de longo prazo é limitado", disse John Allen, jornalista da influente publicação norte-americana National Catholic Reporter e autor de vários livros sobre o Vaticano.
"Embora estejamos falando do papa, provavelmente não devemos esperar milagres."
No Brasil, ainda o maior país católico do mundo, o número de seguidores da religião vem diminuindo rapidamente nas últimas décadas, à medida que denominações protestantes foram arregimentando mais fiéis com seu proselitismo agressivo em favelas e periferias.
Embora 120 milhões de brasileiros se identifiquem como católicos, o percentual deles na população total caiu de 75 por cento para 57 por cento em duas décadas, segundo o instituto de pesquisas Datafolha. De acordo com o Censo, o percentual de católicos em 1910 era de 90 por cento.
APELO POR SOLIDARIEDADE
Francisco parece ter feito tudo certo desde que pousou no Brasil para a JMJ, um evento bienal de uma semana que reúne jovens católicos do mundo todo.
Ele pregou a volta à humildade e à solidariedade com os pobres, e visitou uma favela -- algo que fazia regularmente quando era arcebispo de Buenos Aires. Também criticou a corrupção e estimulou os jovens a se manifestarem contra as injustiças, uma mensagem que encontra forte ressonância num país onde recentemente mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas num único dias para protestar contra a corrupção e a ineficiência dos serviços públicos.
"Muitos católicos vão despertar com esta visita", disse Fernando Altemeyer, teólogo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "O papa falou para a gente ser mais solidário, mais irmão, lutar contra a corrupção. Esse papa trouxe novo oxigênio."
É claro que contribui para isso o fato de Francisco, como argentino, ser considerado praticamente um local.
"Ele cativou o povo daqui", disse o padre Tom Rosica, diretor da emissora de TV canadense Salt and Light. "Não é uma figura distante, estrangeira, que está vindo, mas é um de nós."
Analistas dizem que as autoridades eclesiásticas esperam que a visita do papa dê um impulso à Igreja na América Latina, mas não está claro quanto isso pode durar.
"Ele obviamente reverteu as impressões sobre a Igreja", disse Allen.
"A Igreja Católica enfrenta sérios desafios em muitas partes do mundo, e nenhuma pessoa individualmente pode fornecer as respostas a todos eles. No entanto, está claro que a Igreja está mais bem posicionada atualmente para lidar com esses problemas do que estava há cinco meses", disse ele, referindo-se à época em que o antecessor de Francisco, Bento 16, renunciou.

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