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Coluna do sabadão | ||||||||||
A salvação da lavoura
A
popularidade de Dilma bate nas estrelas paradoxalmente quando há uma
ameaça da volta da inflação, o Nordeste enfrenta a mais longa seca dos
últimos 50 anos, o PT e os condenados do mensalão sangram na condenação
pelo Supremo Tribunal Federal e faz um arremedo de reforma ministerial
trocando seis por meia dúzia.
Dilma
encanta, mas o seu governo é um desencanto, pelo menos em termos de
obras. No Nordeste, por exemplo, os dois principais eixos de
desenvolvimento – a Transnordestina e a Transposição do São Francisco –
andam a passos de tartaruga.
A
refinaria em Suape, pelo amor de Deus, é outra grande dor de cabeça:
superfaturada e obras atrasadas. Na parte viária, a duplicação da BR-101
anda tão veloz quando à Transposição, isso sem falar na planta de
hemoderivados em Goiânia.
Que
gestão tão boa é essa, gente? O que existe, na verdade, dando
sustentação à popularidade Dilma são os programas sociais. São 20
milhões de famílias percebendo uma ajuda mensal sem fazer absolutamente
nada.
Isso
é um tremendo incentivo ao ócio! Mas com ócio ou não, esses mesmos
programas representam, hoje, a tábua de salvação de muita gente. Não
fossem os programas de redistribuição de renda, a seca já teria matado
muita gente.
Diferente
das estiagens do passado, as vítimas, hoje, são os animais – bois,
vacas e bezerros. O rebanho bovino definha e está ameaçado de extinção.
Salve o Bolsa-Família! Que tem sido, também, a salvação da lavoura de
Dilma. Sem o programa, sua popularidade certamente estaria rastejando.
CHUVA NÃO, SOL! –
Os serviços de metereologia indicam chuvas no Sertão neste fim de
semana e na segunda, quando Dilma passa por Serra Talhada. Quanto mais
chuva, melhor! O bom, no entanto, seria a presidente pegar um sol de
rachar, para sentir na pele quanto à gente sertaneja está sendo
penalizada. Nos últimos dias, caiu uma chuvinha no Pajeú, mas de forma
bem discreta, sendo a maior precipitação em Carnaíba: 105 milímetros.
Mosca azul - O
secretário estadual de Ressocialização, Coronel Romero Ribeiro, foi
picado pela mosca azul depois que a mulher Mônica emplacou mandato de
vereadora em Olinda. Quer disputar um mandato de deputado estadual em
2014 e por isso mesmo circulou com pose de candidato, ontem, no
congresso de vereadores da UVP, em Triunfo.
BALDE DE GELO - A
passagem da presidente Dilma por Serra Talhada iria durar duas horas,
no máximo. Ao governador Eduardo Campos, entretanto, ela dedicaria muito
mais tempo no almoço, no Recife, quando discutiriam no primeiro momento
as obras federais paradas e depois sucessão, mas a presidente cancelou.
Aliado reeleito - Quatro
deputados estaduais – Ângelo Ferreira (PSB), Aluizio Lessa (PSB),
Augusto César (PTB) e Diogo Moraes (PSB) – prestigiaram, ontem, o
congresso que reelegeu o vereador Biu Farias, do PSB de Surubim,
presidente da Associação dos Vereadores (UVP). Todos cumpriram uma
missão delegada pelo governador: reeleger Farias, que disputou com
Flávio Jucá, do PSB de São José do Egito.
Quadro dramático - Em
Triunfo, onde a UVP promoveu, ontem, o seu congresso estadual, o
sistema de abastecimento de água entrou em colapso. A cena mais comum na
cidade, com perfil turístico, é encontrar homens, mulheres e crianças
carregando lata com água na cabeça. A barragem que abastece o município
secou e até o açude do centro, cartão postal, está secando.
CURTAS
MEDO–
Está na coluna de Ilimar Franco: “A ministra Ideli Salvatti foi embora à
meia-noite de um jantar com deputados mineiros”. Diante da insistência
para ficar mais, afirmou: “Senhores, amanhã chega a minha chefa brava e
ungida pelo Papa”.
COM O PTB –
A presidente Dilma recebe o PTB em audiência, mas o partido não terá
ministério. Os trabalhistas apoiam o governo, mas fizeram aliança com
José Serra em 2010 e agora está namorando a candidatura do governador
Eduardo Campos.
Perguntar não ofende: Quem fez a cabeça de Dilma para evitar o almoço com Eduardo?
'O lábio da verdade permanece para sempre, mas a língua da falsidade, dura por um só momento'. (Provérbios 12:19)
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Escrito por Magno Martins, às 06h00 | |||||||||||
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Meta de Eduardo é acumular forças para 2018 | |||
FERNANDO RODRIGUES *
No
fim de 2005, Eduardo Campos decidiu que seria candidato ao governo de
Pernambuco no ano seguinte. Estava em terceiro lugar nas pesquisas.
Então presidente, Lula era contra. No primeiro turno de 2006, Campos
terminou em segundo lugar. No rodada final, elegeu-se governador de
Pernambuco. Em 2014, o projeto do presidente do PSB é tentar replicar -ao menos em parte- seu desempenho de 2006 em uma campanha ao Planalto. Diego Brandy, marqueteiro de Campos, considera que a vitória é praticamente impossível, mas, se chegar em segundo lugar em 2014, ele se consolidará para 2018, além de subtrair do PSDB o posto de maior força oposicionista. Há dois limites impeditivos para Campos. Primeiro, o risco de ficar em terceiro ou quarto, com menos de 10% dos votos. Segundo, se seu projeto representar uma possibilidade real de o PSB encolher na eleição de 2014. Se Campos se lançar ao Planalto, se tornarão automaticamente mais difíceis as alianças locais do PSB para eleger governadores de Estado, senadores e deputados. É que a atual presidente, Dilma Rousseff, tem tentado interditar ao máximo o campo partidário para seus adversários. Em 2010, Dilma teve o maior tempo de TV e rádio e também a maior coalizão já montada para eleger com sucesso um presidente. Eram dez siglas pró-Dilma. Em 2014, o plano é ampliar esse número. Sobrariam poucas legendas para compor com os candidatos de oposição -- que, com tempo exíguo de TV, se tornariam quase invisíveis. Outro temor de Campos é a economia voltar a crescer com mais vigor neste ano. Esse cenário turbinaria a campanha de Dilma à reeleição. Para se contrapor aos fatores adversos, Campos tem se mexido em torno de setores da sociedade que não demonstram muito entusiasmo por mais um período de quatro anos do PT no Planalto. Ele se aproximou de empresários. Conversa com dirigentes de partidos de oposição -- PSDB, PTB e PPS. Em breve deve montar uma base no Rio, possivelmente um apartamento, para passar mais tempo na capital fluminense e tentar 'despernambuquizar' sua imagem. Quer estreitar laços com o meio artístico e intelectual. Mas a decisão poderá ser tomada só em março ou abril de 2014. 'É mais ou menos quando o PSB decidiu em 2010 que Ciro Gomes não seria nosso candidato e que apoiaríamos Dilma', tem explicado o governador. Até por essa razão, Campos adota um discurso público sempre negando que seja inevitável sua candidatura ao Planalto. (* Folha de S.Paulo) |
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Escrito por Magno Martins, às 05h56 |
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